Inventário de Emissões

Abrange as emissões diretas de GEE, ou seja, emissões originadas dentro dos limites organizacionais definidos e por fontes que são da posse ou controle da empresa inventariante. As emissões do Escopo 1 são subdivididas nas categorias abaixo: 

I .
Combustão estacionária para geração de eletricidade, vapor, calor ou energia usando equipamento em um local fixo;

II .
Combustão móvel para transportes em geral (frota operacional da empresa) - equipamentos fora-de-estrada tais como os usados em construção, agricultura e florestas; 

III .
Emissões fugitivas produzidas pela utilização de equipamentos de refrigeração e ar-condicionado (RAC), extintores de incêndio;

IV .
Processos industriais que agrupam todas as emissões de GEE que não sejam de combustão, resultantes de processos físicos ou químicos, tais como as emissões de CO₂ da calcinação na fabricação de cimento, as emissões de CO₂ da quebra catalítica no processamento petroquímico, as emissões de PFCs da fundição do alumínio etc.; 
 

V .
Atividades de agricultura, sendo as emissões produzidas na drenagem e preparo do solo (CO₂, CH₄, N₂O), adição de fertilizantes sintéticos (N₂O), resíduos de culturas deixados sobre o solo (CO₂, CH₄, N₂O), adição de ureia e calcário para solos (CO₂), fermentação entérica (CH₄), cultivo de arroz (CH₄), queimada de resíduos de culturas deixados no terreno (CO₂, CH₄, N₂O), manejo florestal (CO₂), oxidação de substratos suportes de cultura hortícola (CO₂), entre outros; 
 

VI .
Mudanças no uso do solo cujas emissões ocorrem quando são realizadas conversões entre as diferentes categorias de uso e que, consequentemente, pode gerar fluxos de CO₂ (emissões e remoções). Esta categoria agrupa, no âmbito do Programa Brasileiro GHG Protocol, por exemplo, as emissões relacionadas ao desmatamento de uma área florestal para construção de uma indústria; etc.; 
 

VII .
Resíduos sólidos se refere somente a resíduos enviados a aterros e do tratamento de resíduos por compostagem. Essa categoria engloba os resíduos sólidos de propriedade ou controladas pela organização. 
 

VIII .
Efluentes diz respeito aos efluentes líquidos tratados por processos anaeróbicos. No Escopo 1, essa categoria se refere ao tratamento de efluentes líquidos operados ou de propriedade da organização inventariante.** 

*Efluentes diz respeito aos efluentes líquidos tratados por processos anaeróbicos. No Escopo 1, essa categoria se refere ao tratamento de efluentes líquidos operados ou de propriedade da organização inventariante. 
**Na maioria das empresas (que operam dentro de condomínios, onde é paga uma conta de água mensal para empresa terceirizada etc.) o tratamento de efluentes normalmente é classificado como de Escopo. 

O Escopo 3 é a categoria que agrupa as emissões que são consequência das atividades da empresa, mas ocorrem em fontes que não pertencem ou não são controladas pela mesma, como transporte por aviões comerciais e veículos particulares, e todas as demais emissões indiretas. Nota-se que as categorias do Escopo 3 são semelhantes às do Escopo 1, porém se diferenciam pelo fato de serem realizadas/ tratadas por empresas terceirizadas e por incluírem categorias de transporte e deslocamento de funcionários.

Especificamente, o Escopo 3 engloba as seguintes rubricas:

• Transporte e Distribuição upstream referente aos modais rodoviário, ferroviário, hidroviário e aéreo de transporte de bens e serviços comprados ou adquiridos;
• Tratamento de resíduos sólidos (por terceiros) gerados na operação da organização, que são enviados a aterros e do tratamento de resíduos por compostagem;
• Efluentes líquidos gerados nas operações da organização durante o ano inventariado que são tratado por terceiros, independente se dentro dos limites da operação ou não;
• Viagens a negócios realizadas pelos funcionários em veículos, aeronaves, trens e ônibus de empresas terceiras;
• Deslocamento casa-trabalho de funcionários realizados em veículos particulares dos colaboradores e em meios de transporte público;

Tecnicamente, as emissões do Escopo 3 são de relato opcional dado a complexidade em se provar as fontes de dados, porém ele tende a ser o Escopo com maior teor de emissões. Visto isso, é fortemente recomendado incluir o Escopo 3 na pegada da empresa inventariante. A mensuração e declaração do escopo 3, como forma de incentivo e reconhecimento à prática, confere a qualificação "Ouro" para a inventariante. Atualmente esse é o status de 415 empresas participantes do Programa, entre elas Achè, Azul, Avon, BNDS, Globo, Grupo Pão de Açúcar, Natura e Vivo.

Extração, produção e transporte de combustíveis consumidos na geração de energia (adquiridos ou gerados pela própria empresa que prepara o inventário)

Aquisição de energia que é re-vendida para consumidores finais (relatada pela companhia de energia)

Geração de energia que é perdida no sistema de T&D (relatada pelo consumidor final)

Ativos arrendados, franquias e atividades terceirizadas – as emissões resultantes desses acordos contratuais somente são classificadas como Escopo 3 se a abordagem de consolidação escolhida (participação acionária ou controle operacional) não se aplica a elas.